As doenças cardiovasculares são a principal causa de morte do mundo, cerca de 17 milhões, de acordo com a Organização Mundial da Saúde. No Brasil, mais de 380 mil mortes por ano são registradas e a Insuficiência Cardíaca (IC) está entre as principais razões. Em 2018, foram anotadas mais de 200 mil internações e 22 mil mortes pelo Data Sus. Um dos problemas da doença é a alta reincidência de hospitalizações.
De acordo com Salvador Rassi, médico cardiologista e Presidente do Departamento de Insuficiência Cardíaca da Sociedade Brasileira de Cardiologia (DEIC/SBC), as pessoas estão chegando tarde para buscar o tratamento, quando a doença já se encontra em estágio avançado. Com a mobilização das sociedades médicas, a expectativa é aumentar o diagnóstico precoce e diminuir as morbidades hospitalares da doença. “A insuficiência cardíaca está presente na maioria das cardiopatias, como a hipertensão arterial, doença arterial coronária (angina) e Doença de Chagas. Devido ao tratamento não adequado, o prognóstico do paciente passa a ser muito ruim, com piora da qualidade de vida, internações hospitalares de repetição, aumento dos custos do tratamento e diminuição na sobrevida. Nosso maior desafio é fazer o paciente entender que ele necessita tratar a questão com muito rigor e que há hoje medicações e recursos que são suficientes para aumentar a sobrevida desses pacientes”, afirma.
“Por esta razão, o Departamento de Insuficiência Cardíaca da Sociedade Brasileira de Cardiologia (DEIC/SBC), com apoio da Sociedade de Cardiologistas do Estado do Rio de Janeiro (SOCERJ) e da Servier, criou a campanha de conscientização em julho, a fim de melhorar a comunicação e informação sobre a doença. Também estabelecemos diretrizes e protocolos para o tratamento e aprimorar a qualidade de vida das pessoas”, explica Evandro Tinoco, médico cardiologista e Diretor Científico do DEIC/SBC.
Entre os sintomas da doença, a falta de ar durante atividade física, ou mesmo em repouso, inchaço nas pernas, fadiga e batimentos cardíacos irregulares são os mais frequentes. O diagnóstico acontece quando o coração não consegue exercer a sua função de bombear o sangue adequadamente para o corpo, podendo ser classificada como sistólica ou diastólica e podendo atingir tanto o ventrículo esquerdo quanto o direito do órgão ou ambos. As causas mais comuns são a doença das artérias coronárias, a hipertensão e o Diabetes. Problemas de tireoide, quimioterapia, radioterapia e o consumo de drogas também podem provocar a enfermidade.
Plataforma e ferramentas ajudam no cuidado dos pacientes após alta hospitalar
O Programa Optimize Brasil oferece um conjunto de ferramentas (protocolos, checklists e passaportes) para os profissionais de saúde e pacientes. Desenvolvido e praticado em parceria com o Departamento de Insuficiência Cardíaca da Sociedade Brasileira de Cardiologia e a Servier, a ideia é proporcionar melhor acompanhamento do paciente desde o momento antes da alta hospitalar até as consultas de retorno. A implantação do projeto em diferentes centros do país contribuiu para a melhoria dos cuidados, especialmente durante os 30 primeiros dias pós-alta hospitalar, período conhecido como fase vulnerável por possuir elevada taxa de readmissão hospitalar.
“Existe uma real necessidade de melhorar os cuidados das pessoas que vivem com insuficiência cardíaca e, às vezes, ferramentas simples podem ajudar a melhorar este cenário. É animador ver tantos centros ao redor do mundo, e agora aqui no Brasil, usar os protocolos, checklists e passaportes (ou o aplicativo de celular para o paciente), que vão auxiliar no acompanhamento e controle para uma vida mais saudável”, diz Abraham Epelman, Diretor Médico da Servier Brasil.
Para mais informações, consultar o site https://www.optimize-hf.com/br/